sábado, 24 de outubro de 2009

II Seminário Estadual de Estudos das Religiões de Matriz Africana – Ancestralidade e Cidadania

Data: 07 de novembro de 2009
Horário: das 9h às 18h
Local: Sindiserf/RS – Rua Gal. Bento Martins, 24, sala 901, Centro de Porto Alegre
Inscrições e informações: 8155.1833 / 9323.0459 ou email matrizafro@yahoo.com.br
Clique aqui para baixar a ficha de inscrição
Investimento: R$10,00, com obtenção de certificado.
VAGAS LIMITADAS. GARANTA A SUA!

Programação:

9h - Inscrições e acolhimento
9h30 - Dinâmica – Cântico a Olodumare
9h50 - Abertura
• Egbé/RS
• Sindiserf/RS

10h - Cidadania e Educação
Pedagogia do Àse e a experiência no EJA
Cláudia Adereniké Freitas
Pedagoga, Coordenadora Pedagógica do Egbé Òrun-Àiyé/RS e Omorixá do Ilê Ogun Onire e Oyá Niké.

10h30 – Corporeidade e Concepção de Vida e Morte
Babá Xandeco de Xangô
Babalorixá e líder comunitário, dirigente da Associação Clara Nunes

11h - Debate
12h – Jeun (almoço)

14h – Ancestralidade e Resistência
Construção da identidade da mulher negra no terreiro de matriz africana
Caroline Oyanireti Silva
Mestre em Serviço Social, Educadora Social do projeto Ori Inu Erê e Omorixá do Ilê Axé Yemojá Omi Olodô

14h30 – Cidadania e Resistência
Relatos sobre a Marcha em Defesa das Religiões Afro pelo Brasil e outras formas de resistência e enfrentamento
Vanessa Efunpàdé Martins
Jornalista, Coordenadora de Comunicação do Egbé Òrun-Àiyé/RS e Iyalaxé do Ilê Ogun Onire e Oyá Niké.

15h - Debate

15h30 – Rememorando a ancestralidade afro-gaúcha com Mestre Borel

16h15 – Apresentação do projeto Ilu Bata - Ori Inu Erê

17h – Dinâmica de grupo e encerramento

17h30 - Entrega dos certificados

sábado, 17 de outubro de 2009

Manifesto do Egbé/RS pelo respeito às religiões de matriz africana

Nós, estudantes, pesquisadores, multiplicadores e vivenciadores da religião de matriz africana, integrantes do Egbé Òrun-Àiyé/RS, vimos a público manifestar nossa indignação em relação à matéria veiculada no dia 11 de outubro de 2009, no programa Teledomingo da RBS TV, em que pretendia desvendar “mistérios das religiões afro-brasileiras”. De maneira irresponsável e desrespeitosa, a referida emissora de TV permitiu que imagens de rituais de diferentes religiões, com processos históricos e pressupostos teológicos completamente distintos fossem editadas de tal forma que, quem assistisse, pudesse supor que se tratavam da mesma concepção religiosa e, mais grave ainda, com uma abordagem preconceituosa, racista e vazia de significados e de contextualização.
Os integrantes do Egbé Òrun-Àiyé/RS – Associação Afro-brasileira de Estudos Teológicos e Filosóficos das Culturas Negras do Rio Grande do Sul, organização não-governamental e sem fins lucrativos, que tem entre seus objetivos estatutários promover o ensino, o estudo e a pesquisa científica acerca dos pressupostos teológicos e filosóficos da Cosmovisão Africana; defender a liberdade religiosa, bem como atuar contra a intolerância religiosa e contra o processo de afrotheofobia que se avoluma no país; impetrar ações judiciais contra publicações e veiculações nas mídias que, de maneira explícita ou implícita, vilipendiem, agridam, difamem ou negativamente se refiram às Religiões de Matriz Africana e Afro-Brasileira, atribuindo-lhes índole maléfica; entre outros objetivos, manifestam:
1. O negro no Rio Grande do Sul, em que pese seu papel fundamental na construção, constituição e formação cultural e social deste Estado, sempre sofreu e ainda sofre perseguições de cunho racista e discriminatório em relação à sua cor de pele e, fundamentalmente, em relação às suas manifestações culturais e religiosas, como a invisibilidade e ausência de Políticas Públicas que incluam as casas e/ou comunidades-terreiro de religião de matriz africana; as repetidas medidas judiciais e legislativas que atentam contra a liberdade de culto assegurada pelo artigo 5º da Constituição Federal; entre outras formas de violência simbólica;
2. As igrejas neopentecostais ou eletrônicas no Brasil têm apresentado um crescimento espantoso no Brasil nas últimas décadas, e seus fiéis tem avançado cada vez mais em todos as esferas de poder do país, seja no meio empresarial, no terceiro setor, nas instituições do Estado como Judiciário, Executivo e sobretudo nos Legislativos municipais, estaduais e federal. Mais preocupante ainda é a tomada de concessões públicas – os meios de comunicação – de diversas mídias: rádios, jornais, internet e televisão, que tornaram-se meio principalmente de divulgação da teologia do mal, em que as religiões de matriz africana são demonizadas e transformadas em alvo de uma guerra santa impetrada pelos líderes de tais igrejas;
3. Os religiosos de matriz africana, tendo outra forma de organização e de articulação, silenciosos em seus terreiros onde se dedicam a atividades de promoção da saúde metal, física e espiritual dos vivenciadores da tradição dos Orixás, Inquices e Voduns, mesmo sendo detentores de saberes e tradições milenares e constituidoras da civilização humana através de seu berço africano, estão se tornando reféns do desrespeito à sua condição, da intolerância religiosa, do racismo e da gananciosa disputa pela busca de seguidores, considerados futuros dizimeiros e mão-de-obra barata destas instituições;
4. Por outro lado, cabe salientar que as religiões de matriz africana descendem de sociedades africanas em que a palavra falada é o veículo principal de sabedoria e de axé (poder/energia), portanto, é através da oralidade que se perpetuam os rituais, transmitidos e praticados dentro de um compromisso com seu transmissor. Ocorre que, pessoas mal preparadas ou mesmo inescrupulosas, aproveitam-se das lacunas desta oralidade para intitularem-se sacerdotes e utilizam práticas que não dizem respeito à tradição. A partir disso, é preciso que se esclareça a sociedade sobre as diferenças entre as práticas originais e comprometidas com a tradição de matriz africana e as demais concepções originadas de outras culturas não-africanas ou indígenas e, portanto, exógenas e antagônicas às religiões de matriz africana;
5. Diante do exposto, ressaltamos nossa indignação em relação ao referido programa de televisão que não levou em consideração a luta contra intolerância religiosa e o racismo por que passam as religiões de matriz africana no Brasil e, especialmente no Rio Grande do Sul, configurando assim um desserviço à cultura e à informação do povo gaúcho, objetivos que deveriam ser perseguidos por esta instituição de mídia por se tratar de concessão pública. Acreditamos que, com o esforço desta geração de vivenciadores das religiões de matriz africana e das anteriores que nos trouxeram até aqui, possamos conscientizar a sociedade gaúcha e brasileira de que os terreiros são detentores de sabedoria ancestral milenar, promotores de saúde integral, espaços de transmissão das culturas negras, de desenvolvimento intelectual, moral e espiritual da pessoa humana, preservadores e adoradores da natureza e de todos os seus elementos – animais, plantas, águas, minerais, etc, espaços de convivência comunitária e familiar, ou seja, lugares sagrados e dignos de respeito como qualquer outra cultura.

Porto Alegre, 13 de outubro de 2009.


Assinam os membros do Egbé Òrun-Àiyé/RS:
Vanessa Efunpàdé Martins – Yalaxé, jornalista e coordenadora de comunicação

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Oficina sobre Oyá - Morte e Ancestralidade

O Egbé Òrun Àiyé/RS realiza no dia 24 de outubro, sábado, das 14h às 19h, Oficina sobre Oyá com o tema: Morte e Ancestralidade. As inscrições são gratuitas e abertas. Participe!

Informações: matrizafro@yahoo.com.br

Atenção: o material para leitura prévia encontra-se na Toka da Cópia, na pasta EGBÉ (Riachuelo, 1426, próximo à Borges, em Porto Alegre). São os textos:
1) Conceitos de vida e morte no ritual do axexê: tradição e tendências recentes dos ritos funerários no candomblé, de Reginaldo Prandi;
2) O Lessayn: o coração de um terreiro de Egun, de Fábio Velame, da UFBA;
3) Os Nago e a Morte, de Juana Elbein dos Santos, capítulos 6 e 10.
Quem desejar pode pedir os ítens 1 e 2 por email.





Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...