quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Núcleo de Estudos Egbé/RS

Participe dos encontros de estudo de Teologia e Filosofia de Matriz Africana promovidos pelo Egbé/RS. São realizados na 4ª quarta-feira de cada mês, às 18h, no Sindisprev/RS (Trav. Francisco Leonardo Truda, 40, 12º andar, Porto Alegre). Os eventos são abertos e gratuitos, bastando a leitura prévia de textos que estarão disponíveis para xerox na Toka da Cópia (Riachuelo, 1426, esquina com Borges de Medeiros), na pasta com o nome da ONG.

Fique ligado na pauta e no calendário dos encontros. Informe-se pelos números 3354.7119 / 9177.1712, email egbeorunaiye@yahoo.com.br ou site http://egbeorunaiye.blogspot.com/.

Repasse esta informação. Vamos fortalecer nosso debate!

Púpò àse!

Vanessa Efunpàdé t'Iyemojá
Coordenadora de Mídia - Egbé/RS

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Intolerância Religiosa

Marcha pede entendimento entre culturas e religiões

Por Vanessa Efunpàdé Martins, jornalista e Iyálàse do Ilè Ògún Onire e Oyá Niké



Para a mitologia nagô, Ogun é o desbravador, senhor das estradas e das batalhas. Segundo a tradição afro-religiosa do Rio Grande do Sul, 2009 é regido por este Orixá, que também é um dos mais populares do Brasil. Pois o ano já começa com uma grande missão para esta divindade: inspirar os milhares de religiosos de diversas tradições que estarão reunidos no dia 21 de janeiro no Largo Glênio Peres, Centro da capital, para protagonizar a I Marcha Estadual Contra a Intolerância Religiosa e Pela Vida. A caminhada está prevista para iniciar às 18h, com saída do Mercado Público seguindo pela Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares, onde acontecerá um ato público, às 19h30. Haverá também uma atividade no Gasômetro, em que religiosos de matriz africana entregarão um presente às divindades das águas.

Ato Político
No Largo Zumbi dos Palmares, antigo Largo da Epatur, importante símbolo da resistência negra na capital, os integrantes da Marcha farão um ato de repúdio ao assassinato de quilombolas do Quilombo dos Alpes, ocorrido no final do ano, e vão pedir aos governantes que criem uma delegacia especializada em crimes étnico-raciais e intolerância religiosa, a exemplo do Rio de Janeiro, além de uma Comissão sobre o tema. Projetos de Lei que tramitam em âmbito estadual e municipal e que atacam a liberdade de culto também serão denunciados, como a conhecida “Lei do Silêncio”.

A importância da data
O dia 21 de janeiro faz parte do calendário oficial do país como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, conforme explica o Babalorixá Dyba de Iyemanjá, conselheiro do CDRAB (Congregação em Defesa das Religiões Afro-Brasileiras), uma das entidades promotoras do evento. “Esta data lembra a morte de Mãe Gilda de Oxalá, em Salvador, que enfartou após ver sua foto estampada no jornal da igreja Universal, cuja manchete acusava: ‘charlatães lesam o bolso do povo’”, explica.
O sacerdote alerta que a intolerância religiosa é pauta em todo o território nacional já há algum tempo. “Atrocidades tem sido cometidas em defesa de uma fé discriminadora, irracional e racista professada pelos seguimentos neo-pentecostais e, sobretudo, pela Igreja Universal do Reino de Deus no Brasil afora. Precisamos estar atentos, pois a todo o momento surgem ataques ao povo afro-religioso, inclusive com agressões físicas, como já têm acontecido”, denuncia.
O dia 21 de janeiro será lembrado em diversas outras capitais, com atividades diversas. Em Porto Alegre, o objetivo dos organizadores é reunir cerca de 10 mil participantes entre praticantes de religiões afro-brasileiras, simpatizantes e religiosos de outras confissões que também clamam pelo respeito, entendimento e diálogo inter-religioso. A Marcha tem apoio de inúmeras entidades entre elas a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa/RS, associações representativas das religiões de matriz africana no Estado, gabinetes de Deputados estaduais, Organizações Não-governamentais, entre outras.

OUTRAS INFORMAÇÕES:
Blog: http://povodoaxers.blogspot.com/
www.eutenhofe.org.br

Fotos:
1. Caminhada contra a intolerância na Bahia
2. Terreiro de Mãe Rosa, demolido arbitrariamente pela Prefeitura de Salvador
3. Ataque a Templo de Umbanda por evangélicos, no Rio de Janeiro


Obs: Permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Manifesto Teológico

Manifesto em defesa do estudo teológico da Religião Afro-Brasileira1


Jayro Pereira de Jesus2
(Ogiyán Kalafor Olorode)
teologiaafro@yahoo.com.br


A religião de matriz africana e afro-brasileira tem sido alvo de dois processos de corrosão que as vêm desmoronando paulatinamente. Um que ataca de fora para dentro e outro “desde dentro” das próprias religiões afro-brasileiras que trabalha na lógica do cupim. O primeiro processo de corrosão de natureza externa que se arrasta histórica e secularmente é proveniente da sociedade como um todo, cuja ótica ainda está arraigada ao ideário do Brasil Colônia, Império, República Velha e que continua vigente na atualidade como que inalteradamente.
Importa dizer que nem mesmos as políticas de reconhecimento levadas a efeitos pelas atuais ações afirmativas, advindas dos setores dos âmbitos federais, estaduais e municipais, tirou do lugar marginal a que estão relegadas as Religiões de Matriz Africana e Afro-Brasileira conjuntamente com seus fiéis. Assim, portanto, a sociedade abrangente mantém seus estigmas, estereótipos, preconceitos e discriminações para com as Religiões Afro-brasileiras inarredavelmente.
Com o recrudescimento da intolerância religiosa as discriminações aos Cultos Afros potencializaram-se ao tempo que são retroalimentados. Nessa direção o imaginário da população é trabalhado para recobrar ou reavivar sentimento de afrotheofobia pelos meios de comunicações de que dispõem as denominações evangélicas. As perpetradoras da intolerância religiosa que cada vez mais sofistifica o seu proselitismo beligerante, ao tempo que cede às violências físicas aos adeptos afros que as sofriam em logradouros públicos. Ataca agora de forma semiológica e semanticamente com requentes de perversidade.
Importa refletir que os malefícios atribuídos aos Cultos Afros não são só absorvidos pelo conjunto da população incitada contra a Religião dos Orixás, Inkices, Voduns e demais Entidades Espirituais que se apresentam na Umbanda, na Quimbanda, etc. Os malefícios numa espécie de teologia afro do mal são introjetados por adeptos e que soma um contingente muito grande de vivenciadores/as que reforçam negativamente a sua fé na religião afro-brasileira. O fenômeno instaura sentimento de impotencialidade, envergonhamento e, por conseguinte, auto-invisibilidade nos adeptos que se esquivam de toda e qualquer manifestação ou autodeclaração de notoriedade e, sobretudo, pública.
A segunda ação de corrosão advém do âmago das Religiões de Matriz Africana e Afro-Brasileira, capitaneada pelas hierarquias dos Templos Afros e dos seus adeptos em geral, ressalvadas as raríssimas exceções. É verdade que motivados pela intolerância religiosa, reações vem se configurando a exemplo das ações jurídicas e manifestações públicas como passeatas, caminhadas e outros atos que junto com segmentos religiosos e da sociedade civil que forma também sofrem discriminações, tem merecido notabilidade.
Nos respectivos movimentos denúncias são feitas, a liberdade religiosa tem sido avocada, assim como reafirmação da tolerância como condição para a convivência entre as religiões. Igualmente, as prerrogativas da paz entre as religiões e perante a sociedade têm sido um dos tantos motes que embalam as manifestações contra a intolerância religiosa.
Verifica-se então que certa consciência política e no tocante aos direitos assegurados pela Constituição Federal (art. 5º, incisos VI e VIII) dos adeptos vem cada vez mais crescendo, impulsionada, a bem da verdade pelas ações deletérias da intolerância religiosa. Também nessa esteira os Templos Afros vêem exacerbando as suas ações sociais, o seu envolvimento com as políticas públicas, porém esquecendo-se de um víeis crucial nessa cruzada contra a intolerância religiosa que é o estudo acadêmico, sistematizado da teologia da Religião Afro-Brasileira e legalmente reconhecido.
As justificativas contrárias ao estudo da teologia da religião afro, quase sempre tem se atido a argumentações que ha muito perdeu sentido e respeitabilidade como a “inviolabilidade” da transmissão oral do conhecimento ou da pedagogia intramuros dos terreiros/as. Procedimento que provocado denuncias de cárcere privado, motivando com isso diligências policiais e dos Conselhos Tutelares, sobretudo, quando as iniciações envolvem crianças.
Esquecem-se os/as defensores/as da oralidade e contrários ao estudo teológico da religião afro, que o rigor teórico com que no passado era seguido à risca a dinâmica da oralidade na educação iniciática, há muito caiu por terra. Como tem dito Iya Omindarewá, a “defesa” hoje de tais “princípios”, mais esconde debilidade do que seriedade na manutenção da Tradição. Em nome de segredos inexistentes no processo iniciático, estão em jogo, outros interesses que não a sabedoria, a probidade religiosa ou a senioridade iniciática. Há quem alerte para a “hipertrofia ritual e falência moral”, assim como quem enxerga o candomblé e suas denominações regionais como uma “religião aética”.
“Quando os contrários ao estudo da teologia da religião afro corroboram com a discriminação à Religião de Matriz Africana e Afro-Brasileira”, essa hipótese poderia se se tornasse em um projeto acadêmico, as pesquisas tanto empírica como bibliográfica de forma volumosa comprovaria a hipótese irrefutavelmente. Por isso que sem sombras de dívidas a assertiva é essa mesma. As discriminações vêm de fora e são alimentadas pelos desde dentro das Religiões de Matriz Africana e Afro-Brasileira, não restando qualquer dúvida a esse respeito. Como cupim, eles/as (hierarquias, adeptos, etc.,) corroem seu próprio habitat ou lócus consciente, inconscientemente ou por má fé mesmo.
A verdade é que nem o movimento da reafricanização tem conseguido reverter o quadro das discriminações que acometem os adeptos afros. As crianças afrodescendentes sejam elas envolvidas ou não com a religião afro-brasileira são correlacionadas a termos pejorativos atribuídos negativamente às Religiões Afro-Brasileiras.
E como sofrem a camada infanto-juvenil em geral que desprovidas de preconceitos, externam nas escolas seus pertencimentos religiosos afros e dos seus familiares. A mesma se converte em objeto de achincalhes e alvos da intolerância das crianças neopentecostalizadas em função dos seus familiares.
A nossa mais veemente crença é de que o estudo acadêmico e sistematizado da teologia afro, isolada ou comitantemente às ações políticas e jurídicas contra a intolerância religiosa produzirá mudança radical na visão da sociedade com relação à Religião Afro-Brasileira e seus adeptos. Debelando ou iniciando um processo de erradição de toda essa visão negativa que incide contra as Religiões de origem africana.
A tarefa emergencial é a da elaboração de massa crítica acerca da Religião Tradicional Africana, da Religião de Matriz Africana e Afro-Brasileira. E isso no campo da teologia, porque só desta forma se sairá do rol dos charlatões, dos curandeiros e dos que exploram a credulidade pública, tipificado como crime ou ainda muito presente no imaginário da população.
O item VII do art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil diz que: “é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva”. Como sacerdotes e sacerdotisas da Religião Afro-Brasileira podem se habilitar a essa função sem curso pós-médio ou superior?
As instituições militares (Exército, Marinha, Aeronáutica), Hospitais, Presídios, etc., não aceitarão os/as Sacerdotes ou Sacerdotisas afros sem formação acadêmica e/ou mediante a apresentação de diplomas de Ministro de Culto conferidos pelas inúmeras entidades de filiação e de “representação” de adeptos das Religiões de Matriz Africana e Afro-Brasileira.
A saída é o estudo da teologia da Religião Afro-Brasileira porque só desta maneira os Sacerdotes e Sacerdotisas tanto da Umbanda como do Candomblé saião do rol dos charlatães, curandeiros e exploradores/as da credulidade pública.

Curitiba, 30 Outubro de 2008, ano do Centenário da Umbanda,


Fundada em 15 de novembro de 1908.


Prof. Jayro Pereira de Jesus
Fone (41) 8803-5048


____________________________________
1 Texto sem revisão.
2 Mestre em Teologia pelo IEPG da EST, Licenciado em Ciências Religiosas pela PUCPR; editor da Revista Africaxé, Coordenador Nacional do Egbé Òrun Àiyé e do CENARAB, omórìsá

QUAL O VALOR DO AXÉ?



(Por Ìyálórìsà Fernanda t'Òsun Doko, secretária executiva do Egbé Òrun Àiyé-RS)








Por que a maioria das pessoas preocupa-se hoje em dia com o custo de uma obrigação e não com o significado dela? Se é da vontade do meu Orixá que eu faça obrigação a ele, ele vai me colocar em um local sagrado, no qual ele está disposto a receber esse sacrifício, e não vai me dar condições de arcar com os custos materiais dessa obrigação? Tantos questionamentos a respeito de “valor de axé”, “custos de obrigação” levam-me sempre à pergunta: onde andará a fé nos Orixás?

Afinal, quem tem escolhido o destino religioso desses seres humanos que medem sua Orixalidade em valores materiais? Será que o Orixá dessas pessoas é tão ruim que as coloca em lugares nas quais serão humilhadas por não terem dinheiro de arcar com as suas obrigações aos próprios Orixás? Elas buscaram a real orientação do seu Orixá-Ori nesses momentos de escolha, de entrega e de comprometimento ou foram levadas por outros valores ou motivações no momento de entregarem sua vida espiritual e religiosa na mão de algum sacerdote?

Se o Orixá quer que seu filho faça obrigações em com aquele sacerdote e é ali lugar que esse Orixá escolheu para que fosse feita essa ligação tão importante entre ele e o ser humano, que é o ponto-chave de toda a religiosidade africanista, a união entre o mundo material e o espiritual, ele não dará condições ao filho para isso?

Sabemos que essas questões são individuais, e só nós, temos a exatidão do nosso relacionamento com nosso Orixá-Ori e com os demais, pois isso não é algo apenas externo. Nossa conduta de fé ficará evidente em inúmeras situações do nosso dia-a-dia, àqueles que possuam conosco o convívio, mas a essência desse relacionamento estará sempre nas nossas mentes e nos nossos corações, na maneira como sentimos, pensamos e agimos... Na maneira como pessoal e internamente ACREDITAMOS e nos ENTREGAMOS.

“...ele não dará condições ao filho para isso?”
Caso isso aconteça, pode ser que esse “filho” seja dos tantos que realmente não estão prontos para ter essa ligação entre ele e o Orixá estabelecida, reafirmada ou continuada, o que é muito comum nos dias de hoje. Pode não ser da vontade do Orixá obrigação naquele momento, ou com aquele sacerdote. É possível que o Orixá queira ver a força da fé do filho em persistir e perseverar para dar-lhe a devida obrigação! Enfim, são inúmeras possibilidades nesse caso; em cada caso, pois cada ser humano possui seu Odu pessoal e seu relacionamento em nível individual com as divindades.

Ao meu ver, as pessoas que ao longo do percurso abandonam a sua religiosidade e crença aos Orixás por fatores materiais ou interpessoais não estavam aptas para esta prática, para está fé, para esta filosofia. Para praticar verdadeiramente a religião de matriz africana é necessária uma plena noção da responsabilidade que devemos ter perante as Divindades, responsabilidade essa que vai aumentando gradativamente com o grau iniciático.
Essa responsabilidade implica em SACRIFÍCIO.

Segundo dicionário disponibilizado on-line pela Priberam Informática:
“Sacrífício:
do Lat. sacrificiu

s. m., acto ou efeito de sacrificar; oferta de vítimas ou de donativos à divindade, revestida de certo ritual, para expiação da culpa ou para implorar auxílio; imolação; sofrimento;
fig., privação voluntária em benefício de outrem; renúncia; abnegação;
(no pl. ) trabalhos, canseiras.”


Segundo o dicionário Michaelis:
“sacrifício
sa.cri.fí.cio
sm (lat sacrificiu) 1 Ação ou efeito de sacrificar. 2 Oferenda de animal, produto da colheita ou de qualquer coisa de valor, feita a uma divindade para lhe tributar homenagens, ou para reconhecimento do seu poder, ou ainda para lhe aplacar a cólera. 3 A pessoa ou coisa sacrificada. 4 Renúncia voluntária a um bem ou a um direito. 5 Ato de abnegação, inspirado por um veemente sentimento de amizade ou de amor. 6 Privação, voluntária ou involuntária, de uma coisa digna de apreço e estima. 7 Risco em que se põem os próprios interesses para interesse de alguém ou de alguma coisa. 8 Constrangimento, sofrimento. 9 Despesas, custos. 10 Bel-art Desprezo de certos acessórios para fazer realçar numa obra as partes principais. 11 No jogo de xadrez, entrega de peça ou pião com vistas a melhoria posicional. O s. de Jesus: a sua morte na cruz para redenção da humanidade. S. do altar: a missa. S. humano: imolação de uma pessoa como vítima à divindade. S. incruento: sacrifício em que não se derrama sangue; a missa. Espírito de sacrifício: inclinação, tendência para sacrificar-se por ideais, pessoas etc.”

Quantos tem a real noção de que nossa religião implica necessariamente em SACRIFÍCIO antes de fazerem o processo iniciático? Quantos “compram” a promessa que ser de religião africanista é uma vida apenas de caminhos abertos para dinheiro, amor, alegria e felicidade? Quantos vendem essa promessa? E quantos enchem a boca para se dizerem “filhos de Orixá” mas na verdade o que buscam dentro da religião são apenas satisfação material, amorosa, profissional, etc... mas na hora do sacrifício sempre estão cheios de reclamações, comparações, medidas!?!? Seres egoístas, mesquinhas e sem nenhuma noção de religiosidade, pois querem é apenas receber, sem fazer a sua parte para isso!

E a questão do sacrifício de valores materiais(dinheiro propriamente dito) ainda considero ser a mínima, apesar de ser tão ferrenhamente questionada e debatida. Tanto que essa parte aparece pequenina e apenas na segunda definição do que significa sacrifício (9 Despesas, custos).


Orixalidade e axé não se compra! Não têm valor em reais, dólares ou euros!!!

Quem é sacerdote religioso, já tendo atingido o grau mais elevado de obrigações aos Orixás e recebido os axés de Obé e Ifá, pode e deve colocar preço para disponibilizar de seu axé, de seus serviços como sacerdote religioso. E esses serviços não têm valor tabelado como carteiras de cigarro! Apesar de ser a preocupação de muitos “religiosos” a comparação de preços de axés! Muitos colocam a “cabeça a prêmio”, em que o que vale não é a vontade do Orixá, e sim quem “cobra” menos pelo “serviço”. E realmente, o pior de tudo é quem oferece o tal “serviço” de botar no chão! Uma tamanha falta de responsabilidade perante os seus próprios Orixás e de dignidade na utilização dos axés que deles recebeu!
Mas dolorosamente essa é nossa realidade!
Muitos nem sabem a diferença entre fazer um serviço e fazer a ligação entre o ser humano e seu Orixá-Ori. Entre fazer feitiços e assentar Orixás!

Os salões de batuque estão lotados!!! E há cada dia mais e mais salões!!!
Mas quantos desses seres humanos sabem o que estão fazendo ali?
Ou melhor, quantos sabem o que deveriam estar fazendo ali?
Ainda, sabem o significado de tudo isso?
Do que realmente é SER um religioso de matriz africana???

A minha resposta pessoal à pergunta inicial:

Qual o valor do axé? SACRIFÍCIO!
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